Por María Carolina Piña. Publicado originalmente na RFI
Na sala Pleyel, em Paris, Maria Callas cantou e interagiu com o público, agradecendo-lhe pelos aplausos. Mas, acima de tudo, o se ouve são as gravações emblemáticas reais que a soprano realizou ao longo de sua carreira. Registros de som de diferentes épocas que explicam sua incrível versatilidade, destreza e poder de voz que a levaram a incorporar os papéis mais exigentes do repertório lírico. Ela foi acompanhada por uma orquestra de 60 músicos, dirigida pelo irlandês Eímear Noone.
“Foi um desafio tecnológico muito grande, mas ao mesmo tempo excitante. Quando estou no palco, penso em quem era Maria Callas. É claro que estou ciente de que é um holograma, mas a tecnologia nos permite lembrar de sua figura. Eu acho que, há um século, as pessoas tinham a mesma sensação de surpresa ao assistir ao primeiro filme no cinema, ou quando pela primeira vez se pôde ouvir uma ópera em um gramofone. Acho que esta é uma nova etapa nessa evolução “, explicou o maestro.
O público de Paris se mostrou animado após as mais de duas horas de duração do espetáculo, que incluiu árias de Verdi, Puccini e Bizet. “É incrível que a tecnologia permita algo tão extraordinário. Quando ela sai da cena, notamos um raio luminoso. Mas se você o holograma de frente, esquecemos que ela não está mais viva “, assegurou uma mulher presente na sala.
“Estamos testemunhando uma revolução na indústria do entretenimento, porque é uma oportunidade única para as pessoas verem alguém que não está mais conosco”, concluiu Tudor.
“Callas em concerto, a turnê do holograma” é apresentado em Paris até esta sexta-feira (30)como parte de uma temporada que passará também por outras capitais europeias e norte-americanas.



