“René Descartes (1596-1650), o fundador da Filosofia moderna. É de se reparar o retardo do surgimento dessa filosofia, ante a permanência da Filosofia medieval no início da Idade Moderna. […] A Filosofia estava ligada à Teologia que por sua vez estava ligada ao poder dos príncipes. Mexer na Filosofia significaria mexer na Teologia e nesse poder pelo que os príncipes não queriam discussões filosóficas em impunham o ensino nas Universidades do que lhes convinha. A tese do geocentrismo, por exemplo, combatida por escritos de Galileu que passavam de mão em mão, já não era mais acreditada mas ainda era oficialmente ensinada nas Universidades, ainda que tanto os professores como os alunos não mais nela acreditavam. Descartes foi contemporâneo de Galileu Os trabalhos de Galileu foram desenvolvidos entre 1606 e 1632, quando teve que cessá-los por causa do processo inquisitorial contra ele. O trabalho de Galileu ainda estava sujeito a muitas dúvidas, havia críticas dogmáticas e irracionais mas também havia críticas razoáveis como a possibilidade de reflexo nas lentes dos telescópios. Foi com base nesse ceticismo em relação à Filosofia tradicional que Descartes tentou fazer o seguinte diante de uma ciência duvidosa da época: por não saber o que pensar, reconstituir o conhecimento a partir do zero. O termo “cartesiano” vem de cartésius, Descartes em latim.
Esse é um ponto importante que marca o início da modernidade em Filosofia, o qual não coincide com o início da Idade Moderna, que se inicia do séc. XV, com o fim do Império Romano do Ocidente pela queda de Constantinopla.” (Danilo Marcondes)
29 | Francis Bacon (1561-1626)
Francis Bacon, um dos grandes ícones do empirismo, é considerado, junto a Descartes, um dos fundadores da filosofia moderna graças a sua defesa do método experimental em oposição à ciência especulativa clássica.